A experiência e o modelo adotado pelo Estado de Goiás no enfrentamento dos efeitos da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) na área de educação foi um dos principais assuntos abordados na última reunião remota do Gabinete de Articulação para Enfrentamento da Pandemia na Educação em Rondônia (Gaepe-RO), realizado na sexta-feira passada (29).
Na oportunidade, a secretária de educação de Goiás, Fátima Gavioli, que já foi gestora da educação em Rondônia, participou de videoconferência com os demais integrantes do Gaepe, organismo composto pelo Tribunal de Contas (TCE-RO), Ministérios Públicos de Contas (MPC-RO) e Estadual (MP-RO), Tribunal de Justiça (TJ-RO), Defensoria Pública (DPE-RO), Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB), Instituto Articule, além da Seduc(RO), União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Conselho Estadual da Educação (CEE-RO) e União dos Conselhos Municipais (Uncme).
Na abertura dos trabalhos, o conselheiro presidente Paulo Curi Neto, destacou, entre outros pontos, o engajamento dos atores externos relativamente ao Gaepe-RO, aproveitando para explicar aos participantes da videoconferência os objetivos da entidade: a atuação colaborativa, preventiva e indutora, visando à redução dos efeitos negativos da suspensão das aulas para crianças e jovens rondonienses, bem como a superação dos desafios e diminuição das consequências da pandemia na área educacional, tudo de modo célere e em um ambiente de segurança jurídica.
EXPERIÊNCIA GOIANA
Após sua apresentação, feita pelo desembargador Isaías Fonseca Moraes (TJ-RO), a secretária Fátima Gavioli citou ações e medidas tomadas em Goiás na área educacional para enfrentamento à pandemia, entre os quais, a Resolução 09/2020, que determinou regime especial de aulas não presenciais e/ou presenciais realizadas por meio de tecnologias até 30 de junho e definindo o mês de julho para as férias escolares deste ano.
Isso, segundo ela, deu condições para a continuidade do processo de ensino e aprendizagem e o cumprimento do ano letivo, incluindo o gozo de férias escolares no mês de julho.
Fátima Gavioli ainda disse que estão sendo adotadas estratégias e ferramentas que são aprimoradas a cada momento, com os estudantes tendo acesso ao material pedagógico (listas de exercícios e apostilas) e ao material complementar por canais remotos (portal de conteúdos, aulas ao vivo na TV Aberta, facilitando o acesso dos que não têm aparelho celular) e por meio da entrega física, feita inclusive com a utilização do transporte escolar.
A gestora ainda falou da experiência com o Programa GoiásTec – Ensino Médio ao Alcance de Todos, aprovado em 2019 pelo Conselho Estadual de Educação e que visa à implantação do nível médio por mediação tecnológica em distritos, zonas rurais e regiões de difícil acesso ou que tenham carência de professores habilitados em todo o Estado.
Com todo esse aparato, ainda segundo Fátima Gavioli, foi possível atender 82% do público (mais de 500 mil alunos) em 1.047 escolas. Assim, no plano de retorno das aulas (previsto para agosto), serão priorizados os alunos que não tiveram acesso e não registraram atividades nas plataformas digitais.
Também a questão da alimentação escolar, já que o Estado de Goiás instituiu cartão-alimentação distribuído aos alunos mediante critérios preestabelecidos: estar matriculado na rede estadual de ensino, ter frequência comprovada e ser cadastrado no programa Bolsa Família. No total, mais de 100 mil alunos são beneficiados, recebendo R$ 75,00.
Os relatos sobre a experiência da Seduc goiana, segundo os participantes, foram importantes, uma vez que medidas adotadas naquele Estado podem servir como insumo à gestão, principalmente com vistas a aumentar a eficiência, a eficácia e a efetividade dos programas e políticas públicas educacionais.
APOIO DA INICIATIVA PRIVADA
Ainda durante a videoconferência, destaque para duas proposições feitas por representantes da iniciativa privada. Uma delas do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe), que ofereceu apoio no sentido de identificar laboratórios de informática para que os alunos do 3º ano do ensino médio da rede pública que não tenham acesso à internet possam acompanhar as atividades não presenciais.
Isso decorre da experiência exitosa das escolas particulares no que se refere ao acesso à internet, via laboratórios de informática, haja que os alunos dessas escolas aproveitam a estrutura em sua totalidade.
A outra iniciativa veio da Sala do Saber (considerada uma das maiores plataformas de ensino online do país), ofertando aos municípios rondonienses e à Seduc conteúdos de língua portuguesa e matemática para os estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental.